Revisão: Paulo Cézar
Chegamos à reta final da espera de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom. A espera de seis anos resulta em um momento de certa inquietação, em um cenário que, embora reconhecível, parece ter sido remodelado como um todo, gerando inúmeros mistérios quanto ao que podem esperar ao revisitarmos Hyrule.
Entre a volta de Zonais e a presença opressora de Ganondorf, reunimos uma lista dos maiores mistérios ao redor de Tears of the Kingdom, a partir de trailers divulgados pela própria Nintendo e a partir de relatos das previews lançadas há poucas semanas. Já tão próximos do dia 12, nada como alimentarmos um pouco mais nossa ansiedade coletiva, para entrarmos nesse jogo abertos para tudo.
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De que formas Hyrule foi modificada?
Desde o primeiro teaser da sequência de Breath of the Wild, teorias foram formuladas a partir da estrutura vertical do mapa. Em uma cripta antiga e desolada, víamos Link e Zelda em uma pequena expedição, até alcançarem o cadáver de Ganondorf. As cavernas, sem dúvidas, já criaram uma principal dúvida: haveria uma expansão de Hyrule a partir do subterrâneo?

Na época, nem poderíamos imaginar que a expansão vertical seria tão radical, com um arquipélago de ilhas flutuantes expandindo exponencialmente o mapa. Em previews, não apenas foi comentado que certas ilhas poderiam ser do tamanho de Great Plateau, a área inicial de Breath of the Wild, como também o mapa em si poderia ser até maior que o de Elden Ring, o grande sucesso de 2022 da From Software.
Ainda assim, resta nos perguntarmos: de que outras formas o mapa será alterado? Ao apresentar a gameplay do jogo, Aonuma comentou que o mapa base do antecessor foi amplamente modificado; mas de que forma?
Ao compararmos o passado em Age of Calamity, com cidades cosmopolitas e de planícies pacíficas, e olhando para o presente de Breath of the Wild, com ruínas, viajantes assustados e lares de monstros espalhados por todo canto, como Tears of the Kingdom renovará a paisagem? Sabemos que a companhia de construção de Bolson, de Hateno Village, a mesma responsável pela construção de Tarrey Town, parece estar envolvida em algum tipo de campanha de reconstrução de Hyrule, com diversos palanques espalhados pelo mapa com materiais de construção diversos. Será que poderemos reconstruir Hyrule de alguma forma? E agora, com a possibilidade de exploração vertical, como serão as novas shrines? Elas permanecerão na superfície, ou será que teremos puzzles incorporados nas próprias ilhas, de forma mais dinâmica?
E por fim, falando sobre a superfície, teremos o retorno das icônicas dungeons? Em Breath of the Wild, os puzzles solitários presentes nos shrines não pareceram ser o suficiente para afagar a memória dos melhores templos da série, muito menos o interior das Divine Beasts. Mas, agora, tudo aponta que as construções maciças que se erguem no solo são verdadeiras e genuínas dungeons, como as mesmas que moldaram a franquia no que ela é hoje.
Onde (e quando) Zelda está?
Em Breath of the Wild, a aventura de Link é solitária. Os campos abertos e a melodia que se dissipa no ar coloca o herói em uma verdadeira jornada de introspecção, com escassos encontros que o engrandecem em sua redescoberta de si mesmo. Já desde a mera especulação de uma sequência, a ideia de Zelda assumir um maior protagonismo na trama agradou diversos fãs, fazendo-a sair de um espaço de aprisionamento para colocá-la ao lado de Link, assim como fora feito brilhantemente em Spirit Tracks. Ainda assim, tudo aponta a uma questão: Zelda e Link irão, uma vez mais, seguir caminhos distintos.
No último Trailer antes do lançamento de Tears of the Kingdom, encontramos algumas pistas a respeito do paradeiro da liderança política de Hyrule. Após ser engolida pela escuridão do subterrâneo, acorda em um Temple of Time que muito se assemelha ao encontrado em Twilight Princess, deparando-se com uma figura misteriosa. A partir de frames específicos, fãs especulam que Zelda está, de fato, no Temple of Time localizado no Great Plateau. Porém, se este for o caso, resta nos perguntar se ela está no mesmo período histórico de Link.

A viagem no tempo é um dos maiores tropes da franquia, e não seria surpreendente ver a volta dessa ferramenta narrativa aqui. Link é, como seu nome mostra, um elo: entre jogador e jogo, passado e futuro, céu e terra, dark e light world, etc. E como Zelda carrega a Master Sword consigo, que é encontrada no temple of time de Ocarina of Time, é inegável que há alguma correlação entre Zelda e a viagem no tempo, algo semelhante ao que ocorre em Skyward Sword. Será que, assim como neste, aqui Zelda ficará presa no tempo para auxiliar Link? Acredito que, ao menos, a espada servirá como um elo entre ela e Link, visto que ele carrega um fragmento da espada corrompida. Ainda assim, precisaremos esperar para obter as verdadeiras respostas.
Quem são os novos personagens?
Sabemos muito pouco sobre os novos personagens, mas sabemos que eles existem. Comecemos por Ganondorf, o grande antagonista, ao menos a priori, do novo jogo.
Sendo um Gerudo em Ocarina of Time, e mantendo sua personificação em ambos Twilight Princess e Windwaker, vale nos perguntarmos se teremos a volta do Ganondorf original, ou se este será apenas uma encarnação, talvez até em outra raça, como os Zonai. Acredito que o Ganondorf que vemos aqui é o mesmo que fora executado em Twilight Princess, com seu corpo dissecado carregando as lanças dos sages ao ser executado. Mas, claro, Ganondorf já fora reencarnado em Four Swords Adventure, então a resposta não será definitiva até jogarmos. O certo é que está representação carregará, de forma inédita, a materialização de Demise em seu design, e não consigo sequer começar a descrever o quão impactante esse pequeno elemento é para fãs de Skyward Sword.
Além do vilão, temos a figura misteriosa ao lado de Zelda. Carregando um manto que muito se assemelha ao de Ganondorf em Wind Waker, sabemos apenas que será uma espécie de companhia a Zelda. Natural seria supor tratar-se de um Sheikah, mas suas vestes sugerem uma inclinação aos Zonai. Falando nestes, vemos diversos guerreiros da espécie no último trailer, corroborando para a teoria de que possa haver algum salto temporal, visto que eles há muito estavam extintos, ao menos aparentemente. Entre uma guerreira e uma aparente líder de um grupo, especulações surgiram se não se trataria de uma outra versão de Zelda, como Hilda em A Link Between Worlds. Apesar de ser possível, acredito que possam se tratar de sages Zonai, nos mesmos moldes de Ocarina of Time, com sábios representando cada raça de Hyrule para pôr um fim no reinado de caos de Ganondorf. Independente de minha leitura estar correta ou não, ela já desperta uma outra pergunta.
Como estão os campeões?
Sideon, Teba, Riju e Yunubo são os principais aliados de Link em Breath of the Wild. Os herdeiros dos antigos campeões que foram derrotados perante o poderio de Calamity Ganon, há 100 anos, parecem retornar ao novo jogo, ao menos é o que esperamos.
Sideon e Riju já têm seu retorno confirmado no último trailer, apesar de sutis mudanças nos personagens: Sideon, por exemplo, parece carregar uma coroa; seria este uma forma de dizer que seu pai falecera? Yunubo, apesar de não ter dado as caras até então, parece ser um retorno provável, mas talvez não nas linhas de frente como os demais. A partir de sua personalidade mais introspectiva, não é difícil de imaginá-lo em Goron City, auxiliando na defesa de seus compatriotas. Teba, por outro lado, causa uma verdadeira preocupação.
No trailer, vemos Link combatendo uma terrível criatura ao lado de Tulin, o filho de Teba. Fãs, claro, já passaram a se questionar se isso significaria que Teba não lutaria ao lado de Link, tendo como justificativa até sua possível morte em algum ponto do jogo. Não gosto nem de pensar em algo semelhante.

Mais um ponto interessante a se tratar é que, em diversas previews, foi confirmada a volta de Kokiris, com puzzles inclusive mais engenhosos do que os do primeiro, envolvendo as novas habilidades de Link. Se contarmos, temos então Hylians, Zonais, Gorons, Gerudos, Zoras, Ritos e Kokiris, totalizando sete raças, assim como são sete os sábios em Ocarina of Time. Coincidência? Provavelmente.
Muitas outras perguntas
Poderia facilmente escrever dezenas de outras perguntas aqui: como serão as habilidades novas de Link? Quais serão as que ainda não vimos? Quantos outros tipos de inimigos mais veremos nessa interação ao comparar com o antecessor? A narrativa será mais linear ou mais desenvolvida? Como serão as batalhas em grupos?
Por hora, deixo as dúvidas em suspensão. E por fim, uma certeza: não haverá nada tão gratificante quanto responder a todas essas questões assim que tivermos o jogo em mãos.
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