Desenvolvedora: Ubisoft
Publicadora: Ubisoft
Gênero: Aventura
Data de lançamento: 25 de junho, 2024
Preço: R$ 99,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Ubisoft.
Revisão: Marcos Vinícius
Beyond Good & Evil, lançado originalmente em 2003, não teve um desempenho de vendas tão bom quanto se esperava pela Ubisoft, apesar de ter sido muito elogiado pela crítica especializada e, eventualmente, ganhando status de clássico cult.
Seu insucesso comercial, no entanto, se deve, em grande parte, à falta de investimento adequado da Ubisoft no marketing do título na época, o que fez com que ele concorresse em vendas com outro lançamento da própria companhia, como por exemplo, Prince of Persia: The Sands of Time. No entanto, Beyond Good & Evil logo angariou uma base de fãs dedicada. Vinte anos se passaram, e apesar do ganho de popularidade do jogo, tal como uma sequência a caminho, a gigante francesa ainda parece se recusar a dar à Beyond Good & Evil o marketing e a atenção que ele merece.
O Bom e Velho Beyond Good & Evil
A história segue a jornalista Jade e seu tio adotivo Pey’j, um porco antropomórfico. Ambos vivem em um farol onde cuidam de crianças órfãs. Quando o farol é atacado pelos alienígenas DomZ, Jade decide se juntar a uma resistência chamada IRIS Network para investigar a verdade por trás dos ataques.
Quanto à base da jogabilidade, ela se mantém, em sua maior parte, imutável. Você controla Jade, numa visão em terceira pessoa, partindo em missões para se infiltrar em bases inimigas e coletar informações sobre os “Alpha Sections”, uma força militar corrupta que alega estar defendendo o planeta quando na verdade estão em conluio com os invasores. Durante a campanha o jogados passa por sequências de stealth, plataformas e combate contra chefes. Além disso há uma missão paralela para tirar foto de todos os animais da fauna local de Hillys (planeta em que se passa a aventura) para ganhar dinheiro.

Intercalando com essas missões de invasão e reconhecimento, a exploração do planeta se dá através de um veículo aquático-terrestre e que eventualmente consegue se converter em uma nave espacial. Além de ter a função de levar a protagonista de uma missão para outra, também é possível embarcar em corridas aquáticas e participar de desafios de luta contra piratas com o veículo.
Comemoração de que?
A própria existência desta edição comemorativa é peculiar. Apesar de ser uma celebração de 20 anos, a empresa não parece realmente interessada em homenagear Beyond Good & Evil, considerando que não há demonstrações claras de progresso ou comprometimento com a sequência tão aguardada, Beyond Good & Evil 2. Isso gera uma sensação de que a edição foi lançada mais por obrigação do que por paixão.

Como incremento em relação ao original, a “20th Anniversary Edition” apresenta um Modo Speedrun que adiciona um desafio extra ao jogo. Neste modo, contudo, não é possível salvar o progresso, e há um Timer que permite ao jogador acompanhar facilmente o tempo de cada run. Além disso, há uma nova missão no jogo, onde é preciso coletar discos que fornecem mais informações sobre o grupo de piratas espaciais que ajudou a moldar a protagonista, Jade.
Pouco incremento e falta de polimento
A inclusão de legendas em português é um dos poucos pontos positivos da edição já que ela, infelizmente, possui uma série de problemas bastante comprometedores. Primeiramente, a mixagem de som é problemática.
Em muitas cutscenes, a música de fundo sobrepõe as falas dos personagens, tornando difícil entender o que está sendo dito sem a ajuda das legendas. Além disso, há momentos em que as músicas de fundo são interrompidas abruptamente, sem um fade out adequado, o que prejudica a imersão.

A otimização do jogo também deixa muito a desejar. Em várias partes que apresentam água, há quedas significativas de framerate, o que é inaceitável para um jogo com mais de 20 anos. Isso é ainda mais frustrante quando comparado a jogos modernos que apresentam gráficos de água muito mais avançados sem esses problemas.

Bugs que atrapalham a jogabilidade também não foram corrigidos. No terceiro ato do jogo, um bug travou o progresso, forçando a reinicialização do jogo várias vezes para poder continuar. Este tipo de problema é inaceitável e demonstra um claro descaso com a experiência do jogador.
Um lançamento apático para “calar a boca” dos fãs
Beyond Good & Evil 20th Anniversary Edition destaca o descaso da Ubisoft com esta franquia. A impressão é de que esta edição foi lançada apenas para “calar a boca” dos fãs, sem um real interesse em proporcionar uma experiência aprimorada ou em dar continuidade à série com Beyond Good & Evil 2. A falta de dublagem, problemas de mixagem de som, péssima otimização e bugs persistentes evidenciam uma falta de cuidado e comprometimento com o legado do jogo.
Prós:
- Um clássico amado agora em plataformas modernas;
- Legendas em PT-BR.
Contras:
- Má otimização em certas passagens;
- Significativas quedas de framerate;
- Mixagem de som confusa;
- Bugs que atrapalham a gameplay não corrigidos.
Nota:
6
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