Review | Inkulinati

Desenvolvedora: Yaza Games
Publicadora: Daedalic Entertainment
Gênero: Estratégia
Data de lançamento: 22 de fevereiro, 2024
Preço: R$ 120,00
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Daedalic Entertainment.

Revisão: Marcos Vinícius

Inkilunati, o primeiro projeto da desenvolvedora independente Yaza Games, é um envolvente jogo de estratégia por turnos que mergulha os jogadores em um universo inspirado em manuscritos medievais. A obra destaca-se pela fusão criativa dos estilos artísticos de pinturas e afrescos românicos e góticos, transportando os jogadores para uma atmosfera rica em detalhes, repleta de duelos estratégicos 1×1 e humor escrachado. No entanto, mesmo com suas notáveis qualidades, o jogo não escapa de alguns deslizes que podem afetar a experiência geral.

Uma Obra de Arte

O verdadeiro brilho de Inkilunati manifesta-se em sua abordagem distintiva e habilmente elaborada no estilo artístico. O jogo incorpora elementos de arte medieval, cuidadosamente polidos para se integrarem harmoniosamente ao contexto digital.

Nesse sentido, a equipe de desenvolvimento foi notavelmente bem-sucedida em capturar o caráter cômico dessas representações artísticas, adaptando-as de maneira perspicaz às sensibilidades contemporâneas. A perspectiva lateral e as feições simplificadas acabam se traduzindo em uma estética cartunesca para os olhos modernos. Tal é o impacto desse estilo que diversas representações semelhantes tornaram-se virais, com muitos memes utilizando pinturas desse movimento artístico tendo viralizado recentemente.

A atenção meticulosa aos detalhes na arte é evidente, especialmente na incorporação do livro ao redor da batalha, que narra as batalhas travadas conforme as ações dos jogadores em cada turno, adicionando profundidade ao enredo e à ambientação.

As semelhanças com Pentiment (e também com o mais antigo Rock of Ages) são evidentes, principalmente pelo timing em que os jogos foram lançados, mas não há como negar a singularidade que Inkilunati traz para a mesa. O próprio jogo reconhece isso com muito bom humor, já que há a inclusão do protagonista de Pentiment, Andreas, como personagem jogável, estabelecendo uma conexão apreciável entre os dois mundos artísticos.

Arte Incrível, e Jogabilidade também

No entanto, Inkilunati não se sustenta apenas pelos visuais, e, no que diz respeito à jogabilidade, o jogo também se destaca. As disputas se desenrolam em turnos em um campo de batalha composto por uma ou mais plataformas 2D em formato linear, onde ambos os jogadores possuem um “Inkulinatizinho” como seu avatar no campo. O objetivo dos jogadores é utilizar seu Inkulinatizinho para desenhar minions que atacarão o oponente. A vitória é alcançada ao subtrair todos os pontos de vida do avatar adversário ou ao empurrá-lo para fora do campo de batalha.

A abordagem única para as batalhas em turno é extremamente bem-recebida, proporcionando uma variedade impressionante de “minions” para invocar e uma diversidade de estilos de luta para o personagem principal. Essa proposta não apenas estimula a experimentação estratégica, mas também garante uma jogabilidade contínua e dinâmica ao longo da jornada.

Com opções que incluem minions arqueiros, “tanques”, clérigos e até bardos, o jogador é presenteado com uma ampla gama de escolhas táticas durante as batalhas. Além disso, a introdução da mecânica de “Tédio” impulsiona a necessidade de rotacionar os minions utilizados, acrescentando um elemento de diversificação de estratégia ao gameplay.

Tutorial Longo e Campanha Curta

No entanto, Inkulinati não escapa de algumas imperfeições. O modo tutorial do jogo se estende excessivamente, tornando-se enfadonho para os jogadores. Com lições divididas em 20 partes, sua extensão poderia ser facilmente reduzida. Além disso, a presença de um mini-tutorial durante a campanha torna o modo tutorial principal redundante, evidenciando uma falta clara de eficácia no gerenciamento de recursos e na determinação do que deveria ser implementado em cada modo de aprendizado.

Além disso, a campanha, apesar de envolvente, é extremamente breve. Os entusiastas ávidos por uma narrativa mais prolongada e desafiadora podem sentir-se um tanto desapontados, uma vez que o jogo oferece apenas uma amostra limitada do vasto potencial do universo que construiu.

Em conclusão, Inkilunati é uma obra notável que oferece uma experiência visual e estratégica única, embora apresente algumas áreas que poderiam ser refinadas. Seu casamento inovador entre a arte medieval e a mecânica de jogo estratégica cria um ambiente envolvente que, apesar de algumas falhas, é digno de ser explorado por aqueles que apreciam uma abordagem criativa e desafiadora nos jogos.

Prós

  • Estilo de arte polido e inovador;
  • Combate estratégico diferenciado;
  • Variedades de “minions” para usar e de estilos de luta do personagem;
  • Disponível em Português.

Contras:

  • Tutorial Longo demais;
  • Campanha curta demais.

Nota Final:

8

O post Review | Inkulinati apareceu primeiro em NintendoBoy.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *