Review | Prince of Persia: The Lost Crown

Desenvolvedor: Ubisoft Montpellier
Publicadora: Ubisoft
Gênero: Metroidvania / Plataforma 2D
Data de lançamento: 18 de janeiro, 2024
Preço: R$ 239,99 (versão standard) ou R$ 299,99 (versão deluxe)
Formato: Digital/Físico

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Ubisoft.

Revisão: Paulo Cézar

E ai pessoal, tudo certo? Hoje venho com mais um review, meu primeiro do ano! Ainda estamos começando devagarinho, mas vamos direto ao ponto, certo?

Depois de sei lá quantos anos (14, né?), Prince of Persia ganhou um novo título, sendo The Lost Crown o sucessor de The Forgotten Sands, de 2010, embora não siga a história da trilogia. O que quero dizer é que, ele é de fato um novo jogo, como nova trama, novos personagens, mas ainda na Pérsia, e ainda têm um príncipe na história.

Trama base

Aqui personificamos um dos Imortais, um grupo de 7 guerreiros e heróis que lutam em nome da Pérsia, contra todos os tipos de ameaças, sejam monstros, sejam traidores, sejam guerras. Cada um Imortais (que na verdade é só um nome maneiro, eles são humanos mesmo) têm sua arma específica, seu estilo de combate, e sua personalidade. Mesmo que não tenhamos muito contato com nenhum deles, percebemos que tentaram mesmo fazer personagens ligeiramente reais.

Nosso protagonista é Sargon, um jovem bastante convencido (com razão) de suas habilidades, mas isso também o torna um tanto babaca. Nossa história começa logo depois de uma guerra, saindo vitorioso por ter derrubado o general adversário, e o retorno ao palácio real. A rainha e o príncipe Gashan nos recebem com honras, e a comemoração começa nos jardins do palácio. Mas por pouco tempo, pois, não muito depois disso, Ghassan é sequestrado por Anahita, uma das imortais, e os outros imortais partem em busca dele, em direção ao monte Qaf.

Lá temos muitas surpresas, porque claro que não poderia ser algo comum, certo? Uma magia estranha que afeta o tempo, espaço e as realidades paralelas, um lugar onde deus e mortais podem coexistir, e isso será explorado. Bom, parte disso…

Dedos ágeis

Vou começar a falar pela jogabilidade em si, pois pretendo evitar spoilers muito grandes. Vamos lá, Prince of Persia: Lost Crown usa um molde muito diferente dos antecessores, sendo feito em 2D (embora todos os bonecos sejam modelados em três dimensões). Os cenários são bonitos, e corroboram com o efeito de profundidade desejado, mas sem que nunca saiamos da linha horizontal.

O jogo é totalmente focado na mobilidade de Sargon, tanto dentro quanto fora das batalhas. Na exploração do mundo, temos muitas plataformas, “puzzles” de agilidade, e até mesmo caminhos obrigatórios que dependem de um pouco de criatividade, aproveitamento dos recursos e poderes para acessar alguns pontos. É bem acrobático na realidade, o que associado a um metroidvania traz muitas possibilidades.

Em batalha não é muito diferente, pois além dos ataques básicos, precisamos muito do Dash (a famosa deslizada), seja para desviar de ataques ou mesmo ganhar espaço na briga, afinal sua arma principal é de curto alcance. O que me leva ao próximo ponto: armas. Ao longo do jogo, desbloqueamos novas armas e melhorias, incluindo novos poderes para elas, que podem mudar seu estilo de combate. Ele não é muito maleável, mas tem seus detalhezinhos que você pode gostar.

Ainda sobre o combate, um detalhe que me incomodou MUITO foi a defesa. Na verdade ela nem existe, mas o botão pode ser apertado, criando a pose de defesa, mas ela afinal de contas não serve pra nada, pois qualquer golpe de qualquer inimigo consegue quebrar sua postura. A única forma viável de defender é usar o parry (apertar no momento que for ser atingido), que gera um leve atordoamento no inimigo, podendo criar um contra ataque. Mas é bem frustrante pois a janela de tempo é bem reduzida, ou os padrões de ataque são esquisitos para me sentir confortável quando for aparar.

O mapa é gigantesco, enorme mesmo. Navegar por ele é meio demorado sim, especialmente quando vamos fazer o backtracking, mas nada que seja um grande problema. Só lembre de ter os poderes certos para tentar avançar.

Mitologia

Prince of Persia se baseava muito na mitologia persa, trazia contos e explorava um pouco mais esse mundo. Lost Crown perdeu um pouco desse viés, se limitando mais a textos espalhados e algumas interações com certos personagens. Não é ruim, mas eu teria gostado de um pouco a mais. De certa forma, me lembra de como God of War aproveitava-se da mitologia na trilogia original, contando alguns causos, mas era apenas o plano de fundo para a história do protagonista. As histórias específicas, as origens, e mitos em geral não importam muito tanto lá quanto aqui.

Já sobre Sargon, eu sinto que ele foi até bem explorado, temos a personalidade dele, e desejos etc. Gostei. Os outros imortais são mais genéricos, mas servem ao seu propósito, gerando até alguns plot twists na história que foram maneiros. A parte dos destinos e realidades se cruzando me pegaram de surpresa, e gostei de como foi feito, mais que isso, senti que a história só andou depois que isso começou, embora tenham sido depois de algumas boas horas de jogo.

Técnicamente falando

Recapitulando o que disse acima, gráficos bons sim, mas nada muito inovador. Mas o jogo é sim bem bonito, e usa alguns efeitos visuais bem interessantes, brincado com cores, auras, brilhos etc.

A trilha sonora não me chamou atenção, mas eu sou uma negação nisso. Existem temas diferentes para fases diferentes, ao ritmo tradicional da região Persa, e as batalhas são animadas. A dublagem está disponível em diversos idiomas, incluindo, naturalmente, persa. Português se limita a legenda.

Um Metroidvania de alta qualidade para começar 2024

Prince of Persia: Lost Crown é um jogo bem divertido e que te prende. É difícil o bastante para te motivar a tentar de novo e aprender como funciona. Eu morri algumas vezes (o ponto de reborn é sempre meio longe de tudo, mas faz parte). A parte do parry é incomoda sim, você pega o jeito depois, mas ainda é bem chatinha.

O jogo promete 15 a 30 horas de jogo, talvez mais para fazer os 100%, então vá com calma, e tente não se frustrar. Vale sem o seu investimento se você gosta de metroidvanias, ou da temática persa, mas não espere um jogo na mesma linha dos antigos.

Pros:

  • Muito bonito no Switch;
  • Jogabilidade fluída;
  • Muitas opções de custumização de dificuldade;
  • Desafiador;
  • Legendado em PT-BR.

Contras:

  • Parry poderia ser bem melhor;
  • Checkpoints mal distribuídos.

Nota Final

8

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