Review | 8-Colors Star Guardians +

Desenvolvedor: Andrea Demetrio
Publicadora: Flynns Arcade
Gênero: RPG
Data de lançamento: 11 de janeiro, 2024
Preço: R$ 25,13
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Flynns Arcade.

Revisão: Paulo Cézar

Em meio a encontros e desencontros, a relação que cultivo, creio que não de maneira única, com a reserva de algum tempo para joga possui enormes flutuações. As vezes por falta de vontade, na maioria das vezes por falta de tempo, inegavelmente já encontrei-me mas próximo dos nossos amados joguinhos.

Antes que comece a transformar o que deveria ser um review em um enorme compilado de afetos e desafetos, trago uma pergunta que me ajudará a expor aos meus poucos, mas queridos, ávidos leitores: O que 8-Colors Star Guardians+ tem a ver com isso?

Bom, a resposta é simples: Eu gostei do jogo.

Já me defendendo das acusações de pretensiosidade que ainda não foram feitas, sim, de fato, eu gostar do jogo passa longe de ser um crivo quanto um ideal de excelência indubitável do mesmo. Porém, por se tratar de um projeto que mergulhei completamente sem quaisquer informações, creio que o evento de uma surpresa majoritariamente positiva seja uma boa maneira de introduzir como eu me sinto quanto ao jogo, em especial porque fazia um bom tempo que nenhum jogo me agradava tanto quanto este.

Pretensiosamente despretensioso.

8-Color Star Guardians + ensaia uma retomada do visual 8-bits com toques pessoais que colaboram para a construção de um RPG de turnos alheio a outros jogos do mesmo gênero. O jogo, obra de um criador só, tem como fio para um princípio narrativo os encontros e a decorrente aventura de 5 personagens, que juntas formam uma equipe de guardiãs intergalácticas, com fortes inspirações nos tokusatsu japoneses.

Da esquerda pra direita: Rhea; V’iri; Juni; Bree e Dua compõem a formação das “Star Guardians“.

Logo ao começar o jogo, já é dada a surpresa da ausência da estrutura de um RPG clássico, com um mapa e sistemas de atributos e classes explícitos. O jogo possui uma estrutura radicalmente linear, para seu próprio bem, nas quais o jogador progride na narrativa ao eliminar um inimigo que se apresenta como um estágio do jogo, com habilidades, personalidade e dificuldade particulares a si. Assim, o jogo segue até seu fim, sem quaisquer sistemas que fogem a seu combate de turnos, que devo admitir que é relativamente simples, sem qualquer gimmick particular.

O sistema de combate do jogo se desenrola, com as principais variações sendo apresentadas nos diferentes tentos de ataque que os inimigos do jogo apresentam. Inimigos que aqui são um ponto alto, na trama, mas especialmente em combate, já que são em suas particularidades que o combate do jogo se diversifica, exigindo a atenção aos padrões e a busca por diferentes estratégias de combate para diferentes inimigos. Por esse modelo heterodoxo, cada luta no jogo basicamente se torna uma boss fight, com os dois capítulos do jogo se tornando algo análogo a um modo de boss rush que alguns jogos contam.

Com isso, fechando quanto ao combate, devo dizer que ele como um todo me agradou. Ao decorrer do jogo novas habilidades são desbloqueadas para as heroínas, as quais, na maioria das vezes, são necessárias para derrotar o próximo inimigo que a história apresenta. Pessoalmente, tive que a imposição de uma estratégia mais correta que a outra ao tentar derrotar um inimigo impõem certa castração a criatividade do jogador no combate.

Me encontrei em tal posição algumas vezes, devo dizer, quando me encontrei, acabei me deparando com batalhas longas e tediosas, que só acabavam quando os pontos de magia do adversário se encerrava. Nas outras vezes, as quais não consegui sequer chegar a esse ponto, apenas fui levado a crer que a única maneira de derrotar um inimigo era seguindo aquilo que o jogo premeditou que eu seguisse, que é indicando pelas personagens em diálogos após sua eventual derrota.

O que acabou, como um todo, tendo apenas um pequeno detrimento com a minha experiência dentro dos momentos de combate do jogo. Apesar do criticismo, devo dizer que a forma que o desafio do jogo é trazido me agrada, em especial pela sua fluidez, evitando qualquer forma de grinding.

…Star Guardians?

O jogo inteiro ocorre em 2 capítulos, que possuem estruturas muito semelhantes. De fato, o maior mérito do jogo são suas personagens. Amores que ultrapassam barreiras galácticas, um humor que não se leva muito a sério, porém sem deixar de permitir breves momentos de reflexão aos afetos apresentados, é uma narrativa que se estrutura de maneira divertida, leve e interessante. Por se tratar de um jogo curto, sem sistemas de progressão complexos, a própria ideia de uma recompensa é concebida por ver esse teatro particular das Star Guardians se desenrolando. Aqui, todas personagens apresentam uma identificação com o gênero feminino, sendo estas humanas ou não.

É interessante ver como a história do grupo se construiu, já que em alguns momentos existem throwbacks nos quais são expostos como as relações entre as personagens começaram, propiciando uma quebra no ritmo interplanetário do jogo, se atendo a pequenos seguimentos da vida mundana de cada uma delas. O jogo, apesar de ter o humor como sua principal ferramenta narrativa, não se atém de aprofundar os dilemas de algumas das personagens, reservando até sessões, e inimigos, do jogo exclusivamente para avançar nesse aspecto.

De fato, a relação das personagens, seus afetos, seus medos e suas personalidades únicas me marcaram, em especial por ser algo fluído, recorrente. A narrativa é o motor que move jogo, dando dois passos a frente, deixando de ser uma mera homenagem aos jogos da geração 8-bits e se tornando uma obra que se realiza em si mesma, dispensado a admiração pelas inspirações que a compõem.

Conclusão?

Tudo realmente tem um fim?

8 Colors Star Guardians+ é um jogo curto, com apenas 2 capítulos, os quais me agradaram do começo ao fim. O combate do jogo é simples, porém divertido, as personagens contam com uma história divertida, sem se abster de uma eventual profundidade. O jogo como um todo funciona muito bem, e é certamente um bom exemplo do paixão de um desenvolvedor pelo seus jogos. Dado a oportunidade, aconselho a qualquer um dos poucos leitores que atingirei com essa review a dar uma oportunidade ao jogo, que devido a tudo dito até aqui, creio que seja uma boa experiência a quase qualquer um. Termino a análise como a comecei: Gostei do jogo. Obrigado pela leitura.

Prós

  • Excelente construção de personagens e atmosfera estética.
  • Humor divertido, bem construído junto a narrativa do jogo.
  • Curto, fluido e preciso no que se propõem a apresentar.

Contras:

  • Combate eventualmente desbalanceado e limitado.

Nota Final:

9

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