Um novo roguelite acessível com combate de plataforma viciante

Você já imaginou como seria se jogos como Smash Bros. ou Brawlhalla tivessem um modo história profundo com a progressão viciante de um roguelite como Hades? Essa é exatamente a proposta de Spiritfall, um título que ousou misturar esses dois estilos e, de acordo com a experiência compartilhada, “deu MUITO certo”. O jogo está chegando à eShop com um preço localizado e acessível de R$ 60,00 no lançamento, apresentando-se como uma opção interessante para jogadores de Nintendo que buscam títulos de qualidade sem gastar muito.
Desenvolvido pelo estúdio Gentle Giant, Spiritfall se define como um Fighting Platform single-player. O jogo utiliza da essência dos jogos de luta de plataforma, onde o objetivo principal é lançar o inimigo para fora da arena. Títulos conhecidos nesse gênero incluem Smash Bros., Brawlhalla, Rivals of Aether e até mesmo o Multiversus. Spiritfall adapta essa física, alguns ataques clássicos, técnicas competitivas e modelos de fases para uma experiência focada em um único jogador, incluindo inimigos comuns, chefes e um sistema de progressão.

A outra dose da sua fórmula vem diretamente de Hades, o aclamado roguelike que se tornou uma referência no estilo. Roguelikes são caracterizados por testar a estratégia do jogador a longo prazo através de escolhas aleatórias e fases geradas proceduralmente. A cada morte, ou até mesmo ao terminar e rejogar, as escolhas de magias, atributos, etc., são resetadas, mas a experiência adquirida e, no caso dos roguelites, melhorias permanentes são mantidas.
Spiritfall se enquadra na categoria de roguelite por incorporar essas melhorias fixas, o que permite que o jogador comece cada nova tentativa (ou “run”) mais forte, tornando o jogo mais fácil com o tempo, até o ponto de facilitar sua conclusão. Assim como Hades, Spiritfall também utiliza a ideia de deuses elementais que concedem poderes e permite a criação de builds variadas, como focar em ataques de raio ou gelo com um machado específico.

A fusão desses dois estilos é a grande inovação de Spiritfall. Ele não se propõe a ser um roguelike revolucionário ou um fighting platform inovador por si só, mas a novidade reside na combinação eficaz. Por entender que o jogador pode não estar familiarizado com ambos os gêneros, Spiritfall é apresentado como um dos roguelikes mais acessíveis, o que o torna um ótimo ponto de partida para quem deseja explorar o gênero, especialmente para jogadores de Nintendo que já possuem experiência com fighting platforms como Smash.
O resultado dessa mistura é, em grande parte, bem-sucedida. O combate tem uma fluidez agradável, destacando-se pela física excelente, controles precisos e combos fáceis de aprender e executar. Muitos golpes e combinações são visivelmente inspirados em Brawlhalla. A variedade de poderes e bênçãos também é um ponto forte. Existem diversos deuses e elementos que podem modificar ataques básicos, ataques fortes (os “smash attacks” para empurrar inimigos), dash, ataques de tiro e até mesmo um ataque ultimate.
Como é a progressão do game?

A progressão é impulsionada pelos upgrades permanentes, que são numerosos e diversificados. Há melhorias para o personagem, para as bênçãos, para as armas e até mesmo para as fases. Investir tempo para maximizar todos esses upgrades é o que gradualmente facilita o jogo, embora isso exija a coleta de muitos recursos. Para quem busca um desafio maior mesmo após ficar mais forte, o jogo oferece os “dificultadores”. Esses modificadores aumentam a dificuldade das “runs” em troca de maiores recompensas, garantindo que o fator replay permaneça alto.
Além dos dificultadores, Spiritfall se preocupa em oferecer ferramentas para garantir experiências variadas a cada tentativa. O fator replay não se limita apenas às “runs”; o jogo também inclui uma sala dedicada a modos extras inspirados em modos de fighting platform, similar aos mini-modos offline encontrados em jogos como Smash.

Em termos de escopo, o jogo é descrito como um título indie. A história, por ser mais acessível em termos de dificuldade, pode ser concluída em aproximadamente 5 horas para jogadores com experiência prévia em um dos gêneros base. No entanto, a longevidade é compensada pelo robusto conteúdo de pós-jogo e pelas diversas ferramentas de replay.
Vale a pena comprar Spiritfall?
Considerando o preço acessível de R$ 60, Spiritfall entrega uma experiência muito bem executada. Poucos bugs foram observados, e a jogabilidade com sua física satisfatória, similar a jogos como Smash, Brawlhalla e Rivals of Aether, é um dos seus maiores atrativos. A diversidade de poderes e as combinações de builds incentivam a criatividade, e as ferramentas de pós-jogo, incluindo dificultadores, elementos surpresa e modos extras, são abundantes. O jogo também oferece a localização para o português, um ponto positivo para o público brasileiro.
Os principais pontos de atenção são a falta de inovação para além da fusão dos estilos e o fato das “runs” serem relativamente curtas, com os chefes apresentando um desafio significativo apenas quando os dificultadores são ativados. A ausência de um modo cooperativo ou multiplayer versus também é mencionada como um potencial desperdício, dado o refinamento do combate, mesmo que a proposta principal seja ser um smash singleplayer.
Com base na qualidade de gameplay, polimento e conteúdo, o jogo recebeu uma nota técnica de 8,5. Embora seja bom e satisfatório em todos os aspectos, não apresenta nada que seja “de outro mundo”. A avaliação geral e o nível de recomendação de nossa equipe foi de uma tierlist A+.
Agora, resta aguardar para ver se o estúdio Gentle Giant continuará explorando essa fórmula promissora, talvez até assumindo a campanha de um fighting platform maior ou criando seu próprio “Smash” no futuro.
Análise em texto elaborada com base no roteiro do vídeo produzido por Pedroka em conjunto com a equipe Coelho no Japão, contando com revisão e aprovação de Rodrigo Coelho.
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