Desenvolvedora: Good-Feel
Publicadora: Spike Chunsoft
Gênero: Ação 3D
Data de lançamento: 03 de setembro, 2024
Preço: R$ 199,00
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Spike Chunsoft.
Revisão: Davi Sousa
Acho que não supreendo ninguém quando digo que o Japão possui uma verdadeira montanha de títulos que eu pessoalmente gosto. Porém, tais títulos acabam sendo um nicho tão específico que as publishers quase que não veem motivo de trazê-los para o Ocidente — o que infelizmente nos força a depender de traduções não oficiais por fãs ou se virar em aprender a língua japonesa, ou, sei lá, usar o Google Lens.
Porém, parece que a Spike Chunsoft está querendo mudar um pouco esse cenário com o lançamento ocidental de BAKERU, desenvolvido por ninguém menos que a Good-Feel, uma desenvolvedora conhecida por trabalhar bastante com a Nintendo. Agora, vejamos o que… *ahem* Otogi Katsugeki Mameda no Bakeru: Oracle Saitarou no Sainan!!… tem para oferecer (Ainda bem que encurtaram esse título).
Era uma vez, em um Japão não como o nosso…
A história de BAKERU começa com o titular Bakeru, uma raposa tanuki capaz de se transformar em humano. Após resgastar Sun — pronunciado como Soon —, um membro do clã Issun, ele descobre que o Oráculo Saitaro e suas Tropas do Festival procuram dominar o Japão através de um festival bizarro, que tem o risco de transformar o Japão em um país onde tudo que eles sabem fazer é festejar.

Um tour pelas 47 prefeituras do Japão
Cada fase em BAKERU é situada em uma prefeitura do Japão. Em cada uma delas, o objetivo é destruir as lanternas de energia colocadas pelos monstros do Oracle Saitaro e bater na grande torre no final para “espantar os males”, digamos assim.
Além disso, espalhadas por cada fase são várias Lembrancinhas, além de um NPC chamado Scoop, que te dará fatos interessantes sobre o Japão. Um exemplo: você sabia que existe uma caixa de correio embaixo do mar que ainda recebe cartas? Olha, nem eu, pra ser sincero, mas vai uma curiosidade pra te fazer rir.

E sério: as fases de BAKERU são MUITO divertidas e variadas, e quase nenhuma é igual à outra. Uma hora, você pode estar em um desfile alegórico, e em outra, jogando uma espécie de corrida. A melhor parte é que cada fase faz jus a partes turísticas de cada uma das prefeituras, como Nara, o lugar onde fica o parque dos veados, que possui muitos inimigos…bem, vestidos de veados.
O personagem Bakeru é capaz de utilizar uma habilidade chamada Henge, através da qual ele pode se transformar de várias maneiras, a exemplo do Issun Henge, que o permite entrar em buracos pequenos, além do Urashima Taro Henge e o Kintaro Henge, que afetam seu estilo de combate.

Inúmeras referências à cultura japonesa
Parece ser algo bem óbvio, mas BAKERU é claramente puxado para o público oriental, com suas várias referências e curiosidades focando solamente a Terra do Sol Nascente. Isso pode parecer um ponto negativo a princípio, mas isso só fez eu me apaixonar pelo jogo muito mais.

Pessoalmente, a minha fase favorita é a de Okinawa, em que o jogo se baseia na minha lenda favorita do Japão: a do Ryuugujou, ou Palácio do Dragão, onde Urashima Taro, um pescador, salva uma tartaruga. E sério: a risada que eu dei com a representação dele em BAKERU… não há como descrever isso em poucas palavras e imagens, pra ser sincero. É uma das minhas partes favoritas.

Em relação à tradução, os localizadores fizeram o que podiam para manter aquela essência, mas se você não é familiar com as lendas e alguns “estrangerismos” da língua japonesa, provavelmente será algo bem confuso. Pessoalmente, não vi nenhum problema TÃO grande, mas é algo a se pensar.
Não tenha pressa; explore à vontade!
Um dos pontos-chave de cada uma das fases de BAKERU é o fato de não existir nenhum limite de tempo. Não há qualquer penalidade se você levar 10 minutos ou até 30 completando uma fase, e se sua vida chegar a zero, o máximo que vai acontecer é você perder um pouco das suas moedas e recomeçar novamente de um dos vários checkpoints que cada fase possui.

Em relação à dificuldade, BAKERU não possui um modo de ajustar para fazer as fases serem mais difíceis ou mais fáceis. Em vez disso, o jogo aumenta lentamente a dificuldade à medida que você avança pelas prefeituras. Isso provavelmente se deve ao fato de que, em certos pontos, você recebe novas habilidades.

Muitos colecionáveis para, bem, colecionar!
BAKERU possui 47 fases no total, uma em cada prefeitura do Japão, com 260 fatos de trivia e mais de 140 lembrancinhas para você coletar ao todo. Também existem os tanukis escondidos em cada fase.
Porém, mesmo sem a utilização de um guia, tanto as Lembrancinhas quanto os fatos do Scoop foram relativamente simples de encontrar. Talvez o maior desafio? Encontrar os tanukis. Eles são realmente complicados de encontrar, pois se disfarçam como objetos para se camuflar nas fases (Exemplo: um guarda-sol na fase da praia).

Em média, eu diria que a história em si leva umas 10-15 horas para ser completada, e conquistando o 100% (que eu consideraria sendo todos os tanukis, Lembrancinhas e fatos de Trivia), levaria umas 5 a 8 horas adicionais. Essa variação leva em consideração se, por exemplo, você é que nem eu, e prefere já caçar por todos os coletáveis na sua primeira ida, tendo que repetir o mínimo de vezes possível.

Diferenças exclusivas para a versão ocidental?
BAKERU foi originalmente lançado em 2023 no Japão, e segundo a descrição da eShop, este lançamento no Ocidente possui algumas coisas novas, como novas habilidades e até novos inimigos. Isso me deixou curioso, então decidi baixar a demo da versão japonesa para testar isso.

Comparando as duas versões lado a lado, consigo perceber uma leve diferença, mas quando digo “leve”, quero dizer bem de leve. Os ataques do Bakeru na versão ocidental parecem ser um pouco mais responsivos. Além disso, algumas fases na versão japonesa têm uma leve sensação no sentido de…”Hmm, tá faltando alguma coisa aqui”.
Porém, a performance entre as duas versões continua idêntica ao meu olhar. É claro que o jogo possui gargalos, e acho que seria muito melhor se a versão de Nintendo Switch fosse travada em 30 quadros. Mas isso é bem de menos, e não afetou minha experiência de uma maneira gritante.

A Good-Feel arrasando como sempre!
Já tinha altas expectativas quando ouvi que BAKERU é um projeto autoral da Good-Feel, pois eu adorava Kirby’s Epic Yarn e Yoshi’s Wooly World, e fico feliz em saber que, mesmo fora da Nintendo, eles conseguiram arrasar, criando um jogo de ação que é muito divertido de se jogar.
Tudo bem que as curiosidades e piadas fazem sentido apenas em Japonês, mas BAKERU acerta muito na execução, apresentando esses fatos de uma maneira cômica e divertida. Eu sei que eu provavelmente já usei a palavra “diversão” em vários momentos, mas ela realmente merece ser repetida, porque é essa a palavra que descreve bem BAKERU.
Prós
- Estilo de arte bonitinho;
- Fases bem variadas;
- História bem cômica e engraçada.
Contras
- Leves gargalos de performance em algumas fases;
- Sem modo cooperativo ou maneira de ajustar dificuldade;
- Não possui tradução em português.
Nota
8,5
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