Desenvolvedora: CHIBIG, Nukefist
Publicadora: CHIBIG
Gênero: Aventura 3D, Simulação
Data de lançamento: 21 de agosto, 2024
Preço: R$ 119,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela CHIBIG.
Revisão: Marcos Vinícius
Das mãos de CHIBIG em parceria com Nukefist, Mika and the Witch’s Mountain chega ao Nintendo Switch entregando uma curta, bem-feita e honesta aventura da tão carismática aprendiz de bruxa Mika, a qual é deixada na escola de Bruxaria por sua própria mãe.
Sua professora então, a manda para o local mais baixo após o penhasco, a qual cai numa pequena cidade litoral com moradores locais. Com sua vassoura quebrada, a mesma tem de trabalhar para consertar e voltar para a escola, dando assim início à jornada de nossa pequena Mika em busca da recuperação.
Uma aventura sincera e carismática
É muito comum que jogos indies abracem o que os grandes estúdios deixaram para trás ao longo do tempo; Novas tecnologias foram surgindo na proporção que a indústria de videogames crescia e com isso, as produções e gêneros foram mudando, e com isso, nossa percepção sobre o que passou.
O jeito que jogos retrô executavam em seus respectivos gêneros, cheio de limitações que agora superadas, se tornaram uma estética de seu tempo, a qual os indie devs abraçaram com todo seu amor por videogames e renovam a fórmula, não deixando que isto morra com o tempo. Survival Horrors conseguem ser extremamente mais incríveis hoje em dia porém, há aqueles que reproduzam em suas produções a câmera parada dos clássicos Resident Evil.
Pois o mesmo se aplica à já passada era de ouro dos jogos de plataformas 3D, tão lembrada com carinho pelo movimento que Mario fez, com vários de seus amigos presentes nos mais diversos consoles de videogame ao longo do tempo não recebendo ao longo do tempo sumidos há muito tempo, como nosso velho conhecido Banjo…

Em meio a jogos com esta mesma proposta (como A Hat in Time, por exemplo), Mika and the Witch’s Mountain consegue pegar esta essência de todo o gênero plataforma e fazer algo com sua própria essência e por óbvio, muito carisma. Muitos jogos querem agradar em todos os aspectos e não entregam a sinceridade que este jogo oferece, em todos os aspectos, em especial o carinho de sua direção de arte.
Destaco este aspecto por perceber que muitos games que hão de trazer esta proposta falham muito em entregar esta alma que este tipo de game precisa ter, muitas vezes cheio de filtros de Unreal Engine que tiram o carisma do personagem, daquele ambiente; o jogo de nossa pequena bruxinha se mostra repleto de fofura e carisma, desde seu design até o ambiente a ser explorado, junto com um elenco que consegue fazer desta uma aventura tão prazerosa de se vivenciar.
Mika não tenta imitar Super Mario ou Banjo-Kazooie, muito menos se enquadra como um Coletatoon, apenas se mostra muito competente em criar um pequeno jogo de plataforma com a simples proposta de fazer entregas e com isto criar vínculo com a cidade e entender o que vivem, quais são seus problemas. É impossível não se apaixonar por uma aventura tão honesta, que não tenta ser mais do que precisa ser, assim entregando uma vívida experiência de seu gênero.
Uma vassoura e entregas
O loop de gameplay que move o jogo é o ato de exercer seu serviço como entregadora, levando itens por toda ilha com sua vassoura mágica e conseguindo power-ups ao longo do tempo, os quais realmente facilitam sua vida.
Apesar de ser um belo platformer, o grande segredo de se adaptar à gameplay é saber utilizar sua vassoura de maneira sábia ao longo do tempo, subindo em locais mais altos por meio de feixes de ventos e com isto, a maior dificuldade do jogo: Levar a encomenda intacta. Tal tarefa pode ser meio frustrante às vezes até de adaptar, principalmente porque o seu medo de quebrar ou molhar o objeto te faz tomar cuidado com o ritmo frenético que seguir os ventos da ilha tem.
No início eu não me adaptava em subidas de vento por exemplo, porém encontrei maneiras de contornar.

O vôo da vassoura gera um sentimento um pouco misto também. Não demora muito tempo para se adaptar mas, em poucos momentos houve um estranhamente de minha parte em relação à eles, bem no começo. A médio prazo, voar pela ilha se torna uma tarefa bem divertida, principalmente com uma trilha sonora tão marcante, dando muita vida à sua aventura.
Fazer seu serviço possui como função – além de executar o loop de gameplay – ligar o jogador com a parte narrativa do game, que se faz presente com grande importância, mesmo que secundária em comparação com a gameplay. A cada entrega, vamos nos afeiçoando à cidade, conhecendo seus problemas e com isto, vai sendo construída a narrativa que nos apresenta ao tema principal da história que além de completamente inesperado comparado aos trailers mostrados, consegue se mostrar adulto e muito interessante.
Por óbvio, não ultrapassarei o limite para não entrar na zona de spoilers, apenas digo que o fato de que o loop de gameplay possuir uma função narrativa tão bem amarrada é algo que realmente merece ser elogiado.
Uma trilha sonora marcante
Não costumo escrever sobre este aspecto com frequência porém, a trilha sonora da Ilha consegue tornar sua exploração da ilha muito mais agradável do que já é, o que é sensacional. Não espere uma trilha sonora tão icônica quanto qualquer jogo da Nintendo porém, houve momentos que eu me pegava arrepiado de ouvi-la enquanto fazia a entrega, fazendo sendo uma experiência muito marcante.

Pequenas orquestras agradáveis e principalmente executando muito bem seu trabalho de passar a vibração leve que o jogo propõe, fazendo com que o jogador consiga entrar na atmosfera divertida que o jogo visa, tornando o ato de se impulsionar para as vias de vento e fazer entregas algo ainda mais agradável do que seria sem isto. Certamente um aspecto muito bom do que o jogo oferece e pretende.
Duração na medida certa
Há muitos games muito bons em sua execução, os quais falham em durar mais do que deveriam, certamente não é o caso de Mika. O jogo da bruxinha consegue se manter consistente e divertido na medida certa, não durando o suficiente para ficar extremamente enjoativo como muitos.
A princípio parece contraditório dizer isto sobre um game com uma proposta que ficaria extremamente monótona como entregar coisas constantemente mas, acredito que o vínculo criado com o ambiente e os habitantes locais torna esta uma experiência agradável e leve

Em nenhum momento o jogo foi desenvolvido para entregar uma narrativa super elaborada e épica, apenas mostra como uma jogatina por situações cotidianas pode funcionar muito bem – se executada da maneira certa. Como dito em momentos pontuais desta review, Mika and the Witch’s Mountain sabe o que, o que se propõe a fazer e busca fazer de maneira consistente e correta.
Qual o saldo final?
Com um saldo final muito positivo, admito que encontro dificuldades em encontrar algo que possa se enquadrar como um defeito em Mika and the Witch’s Mountain. Nâo é um jogo que vai marcar sua vida em relação a ser uma aventura tão incrível como muitos jogos grandes, porém Mika nem quer fazer e se propõe a fazer algo simples e ser muito bom nisso.
Ao mesmo tempo que assim como A Hat in Time, consegue carregar consigo a chama hereditária que os games de plataforma 3D clássicos nos deixaram, consegue fazer isto de maneira extremamente original. Faço questão de pontuar “original” como palavra pois dentre este movimento, muitas imitam o que Super Mario 64 e Banjo-Kazooie faziam de bom mas, não conseguem tem o carisma que Mika tem.
Passar uma impressão tão boa tanto em trailers como em sua execução é incrível. Além de tamanha consistência, consegue entregar uma narrativa simples, madura e que se faz por situações cotidianas, sem a necessidade de algo extremamente épico.
O único “saldo negativo” com aspas nisto que nem deve ser considerado como muito relevante, é o fato de que há um pequeno momento de estranhamento no controle de vôo da vassoura, o qual passa após um curto período de tempo. Com tudo isto em mente, Mika and the Witch’s Mountain é um jogo que facilmente pode ser jogado em pouco tempo, entregando uma aventura simples, consistente e extremamente divertida.
Prós
- Narrativa simples, madura e interessante;
- Duração na medida certa;
- Jogo exala carisma;
- Trilha sonora marcante.
Contras:
- Gameplay da vassoura gera estranhamento no ínício.
Nota Final:
9,5
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