Review | B-PROJECT RYUSEI*FANTASIA

Desenvolvedora: MAGES. Inc.
Publicadora: PQube
Gênero: Visual Novel, Joseimuke
Data de lançamento: 15 de julho, 2024
Preço: R$ 257,98
Formato: Digital, Físico

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela PQube.

Revisão: Davi Sousa

Nos últimos meses, vimos diversos jogos de otome e josei-muke sendo lançados aqui no Ocidente por meio da Aksys Games ou da Idea Factory International, e parece que a PQube também quer entrar nessa festa com o lançamento de B-PROJECT RYUSEI*FANTASIA. Até então, a franquia B-PRO era popular através do anime, que fez com que eu e minha irmã passássemos a gostar. Mas será que esse lançamento consegue segurar o valor da série em suas costas?

Produzindo um grupo de 14 pessoas

B-PROJECT RYUSEI*FANTASIA começa sua história com Sumisora Tsubasa, uma A&R de um talentoso grupo de ídolos chamado de B-Project. Composto por 14 membros, cada um possui personalidades distintas e variadas. Após uma live de grande sucesso no Japan Dome, a GANDARA, em colaboração com a Daikoku Productions, imediatamente coloca Tsubasa para produzir o próximo grande evento, onde os rapazes irão fazer uma tour pelo Japão inteiro em uma live chamada de Six Days Tour.

Porém, Tsubasa irá enfretar uma série de desafios para garantir que tal evento seja um grande sucesso, e como é comum na indústria de ídolos, nunca se sabe o que pode acontecer. Se é a sua primeira exposição à série B-PROJECT, o prólogo passa pelas 4 units que compõem o grupo: KitaKore, THRIVE, MooNs e a recém-adicionada Killer King.

B-PROJECT não é um otome, e sim um josei-muke

Um aspecto importante sobre B-PROJECT é o fato de que, apesar de parecer que ele pertence à categoria dos otomes, na verdade faz parte de uma categoria conhecida em japonês como josei-muke, ou, traduzindo ao pé da letra, um jogo que é destinado ao público feminino.

Porém, sendo um josei-muke, percebe-se que várias coisas que você talvez esperasse de um otome estão ausentes, como um flowchart para saber onde na história ou em qual rota o jogador está, além de uma maneira de medir sua afeição com os membros do grupo.

Ao invés disso, B-PRO se estrutura da seguinte forma: são duas rotas, que o jogo chama de BLUE e PINK. Cada uma possui dois finais, além de diversos epílogos envolvendo 14 membros do grupo, que pode variar conforme a sua relação entre eles vai se desenvolvendo.

Cada escolha feita, respondendo eles pelo JOIN, o WhatsApp deste universo, irá aumentar sua relação. Porém, confesso que é um sistema até que confuso às vezes, já que, por algum motivo, escolhas feitas podem te dar um GOOD, GREAT ou EXCELLENT. E é extremamente fácil se confundir, já que as escolhas não estão bem traduzidas às vezes, o que pode requerer que você volte atrás pelo Backlog.

Em geral, a relação entre Tsubasa e os rapazes chega a ser bem superficial, com quase nada de romance. Talvez em algum momento ou outro você consiga perceber que eles “amam” muito ela, mas se você esperava um romance, vai se desapontar bastante. Isso é comum para jogos desse tipo, e faz muito sentido, já que, se fossemos entrar em romance, seriam incríveis 14 rotas.

Além disso, escolher o nome padrão da protagonista também não muda o jeito como eles se referem a ela. Sinceramente, a única coisa que eu achei ruim é que nem todas as mensagens de texto que você recebe são obrigatórias de responder para que a história prossiga com seu rumo, e, ao mesmo tempo, são quase que obrigatórias se você quiser conseguir todos os epílogos disponíveis.

Para abrir o menu para acessar o aplicativo do JOIN, é necessário apertar o botão de + para acessá-lo no celular da Tsubasa, ou tocando no ícone do JOIN quando ele aparece no canto superior esquerdo da tela. Pessoalmente, eu queria muito que houvesse um jeito de editar as configurações ou até mesmo mudar certos aspectos, mas, fora as opções de colocar as vozes no mudo ou de mudar de língua, não há muito que o jogador pode fazer nesse caso. Inclusive, há muitos botões no controle que simplesmente constam como “unused” no manual.

Uma série de extras para aproveitar

Se tem uma coisa que B-PROJECT RYUSEI*FANTASIA tem, é conteúdo extra. Além da história principal, o jogo conta com dois modos: um chamado EXTRA e outro chamado SPECIAL. No modo EXTRA, você pode ver todas as ilustrações coletadas ao longo da história e, além disso, várias histórias extras com todos os 14 membros.

No modo SPECIAL, temos seis histórias bônus que podem ser lidas. Porém, elas possuem um leve porém: não há nenhum diálogo com voz e ponto final. Isso em si não seria um problema, mas quando eu digo que é um diálogo sem voz, eu realmente quero dizer sem NENHUMA voz.

Isso mesmo. Só tem a música de fundo tocando, e nem um “ah” ou “ohh” tanto da Tsubasa quanto aos membros do B-PRO, apesar de eles fazerem poses como se estivessem falando. Sinceramente, é bem perturbador, considerando que, mesmo sem voz, eles poderiam ter pelo menos adicionado expressões parciais para dar aquela imersão extra.

Otimizações questionáveis no Nintendo Switch

Geralmente, performance não é algo que eu espero ver de uma visual novel. Ademais, B-PROJECT RYUSEI*FANTASIA possui problemas de otimização que são bem… peculiares, digamos. A animação de certos personagens parece ter um leve lag, especialmente quando há muitas pessoas na tela. Há também um leve delay ao acessar o Backlog.

{player_name)-chan, meu nome favorito

E claro, a parte que mais me incomodou sinceramente como designer foi a fonte. Ela aumenta e diminui de tamanho quase que espontaneamente, especialmente em frases onde a tradução ficou um pouco mais longa que o original em japonês. Eu achei isso TERRÍVEL, pois acontece do nada, e às vezes parece que eu tenho que encostar o meu Switch na cara pra conseguir ler as letras pequeninas da caixa de diálogo. Fico até surpreso que um problema tão grave como esse passou batido do time de testes.

E falando em time de testes, há muitas instâncias de erros de tradução que eu fico surpreso que passaram batidos, e pessoalmente, o nível do trabalho me lembra até demais dos primórdios onde a qualidade de traduções de otoges era bem baixa, porém aceita pelos fãs, pois era melhor que nada. Só que vamos concordar: isso era antes, e hoje estamos em pleno 2024, onde uma qualidade muito maior é quase que o mínimo esperado por fãs de josei-muke games em geral, e especialmente os fãs de B-PROJECT.

A fonte pequenina dificulta muito a leitura.

Um título que sofre muito no ocidente

Confesso que esta é uma conclusão difícil de escrever. Por um lado, essa seria a chance que B-PROJECT tinha para atrair fãs novos da franquia após anos de exclusividade no território japonês, e é um lançamento que eu pessoalmente estava bem animado em finalmente ver aqui no ocidente.

Infelizmente, a total falta de cuidado com a tradução, além de vários problemas de texto… honestamente me fez parar de jogar por muito tempo, constantemente pensando como a PQube realmente “pisou na bola” em relação a isso, a ponto de que, se você é fluente em japonês como eu, recomendaria que talvez você apenas mude o idioma pelo menu do jogo, e você terá uma experiência que pode ser até muito melhor.

E mesmo assim, arrisco dizer que B-PROJECT RYUSEI*FANTASIA é um jogo cuja história é algo que sinceramente achei difícil de entender caso você não tenha se familiarizado com a franquia, e não recomendaria, a não ser aos fãs mais dedicados, que estariam dispostos a aguentar esse texto horrível. O que é uma pena, considerando o tanto de conteúdo que ele possui.

Prós:

  • Uma história boa para os fãs da franquia B-PROJECT;
  • Muito conteúdo extra para explorar.

Contras:

  • A frequente mudança no tamanho da fonte chega a ser um verdadeiro incômodo pessoalmente, especialmente no modo portátil;
  • Possui erros de digitação e tradução em várias partes do jogo que poderiam ter sido resolvidas se tivesse um QA melhor.

Nota:

6,5

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