Review | Super Monkey Ball Banana Rumble

Desenvolvedora: Ryu Ga Gotoku Studios
Publicadora: SEGA
Gênero: Plataforma arcade, Multiplayer
Data de lançamento: 25 de junho, 2024
Preço: R$264.90
Formato: Digital, Físico

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela SEGA.

Revisão: Paulo Cézar

Se existe uma franquia da SEGA que se recusa a morrer mesmo que eu veja pouquíssimas pessoas comentando sobre, essa com certeza é Super Monkey Ball. Apesar de sempre ter tido uma base de fãs bem nichada, a charmosa série de macaquinhos nunca teve hiatos muito grandes entre lançamentos, sempre conseguindo novos jogos com bastante consistência.

O problema mesmo é que, com o passar do tempo a qualidade desses títulos só foi decaindo, Super Monkey Ball 1 e 2 no GameCube foram bem-recebidos por sua jogabilidade arcade baseada em física, onde você se utilizava do terreno para pular grandes pedaços das fases, e a série manteria essa mesma premissa até o Wii, com Super Monkey Ball: Banana Blitz.

Super Monkey Ball ad (2001)

Agora, pessoalmente, acho Banana Blitz um jogo bem “ok” por si só, mas o impacto negativo que ele teve na série é unânime entre seus fãs. Por ser um jogo TOTALMENTE controlado via controles de movimento – o que é uma péssima decisão para um “time-attack” baseado em precisão -, ele decide por tomar um rumo mais “casual”, abandonando a gameplay baseada em física em prol de uma aproximação com um platformer convencional, resultando em um joguinho bem besta.

Os níveis agora tinham barras de metais que impediam o jogador de cair, anulando qualquer senso de dificuldade que a série poderia ter; toda a jogabilidade se tornou muito mais lenta e eles até adicionaram um botão de pular, algo que é um ultraje para o que os jogos originais tentavam fazer. Isso sem contar que usar o sensor de movimento do Wii Remote como principal forma de controle não é lá muito agradável, algo que Banana Blitz HD acaba por corrigir.

E é aí que entram Super Monkey Ball: Banana Mania em 2021 e, agora, Super Monkey Ball Banana Rumble. Banana Mania foi um remake dos 3 primeiros jogos usado pela RGG Studios como uma forma de trazer a franquia de volta às suas raízes, e o resultado até que foi bem competente! Tive alguns problemas, como a física não ser a mesma dos originais, mas foi uma tentativa muito válida e apreciável de trazer a franquia de volta ao rumo.

E agora, Super Monkey Ball Banana Rumble que chega exclusivamente para Nintendo Switch, promete não apenas resolver os problemas na física de Banana Mania, como também evoluir a série e apresentar suas próprias novidades, com mais de 200 fases novas e até um leve redesign no elenco principal. Mas será que o talentoso estúdio da SEGA conseguiu trazer a série de volta aos seus dias de ouro? Ou seria essa mais uma tentativa frustrada? Bem, vem descobrir comigo.

Ready? Go!

A gameplay de Super Monkey Ball é bem simples: você será apresentado à diversas pequenas fases desafiadoras em cada um dos mundos, e o seu objetivo é conclui-las o mais rápido possível antes do contador de tempo chegar no zero. Parece bem fácil, mas o grande desafio do jogo vem do fato que, ao invés de controlar os macaquinhos, você apenas manipula a inclinação da arena para manipular a física e fazer as bolas, que contém os personagens dentro, rolarem.

A grande novidade nesta entrada é o “Spin Dash“, uma habilidade nova que ao ser carregada te fornece um impulso de velocidade instantâneo, uma adição que acaba por ser uma das melhores já introduzidas em toda a série; similar a como é bem estranho jogar Sonic 1 depois de ter jogado o Sonic 2 com o Spin Dash, o mesmo vai acontecer com Super Monkey Ball: voltar para os jogos antigos sem essa nova habilidade vai ser BEM DIFÍCIL, porque ela é útil durante todo o jogo, seja para ganhar um pouco de velocidade ou até para pegar alguns atalhos bem insanos.

Do mais, manipular o cenário será seu único método de locomoção durante toda a campanha, e apesar de parecer um pouco estranho, acreditem em mim quando eu digo que entender todas as complexidades da física e de como seu macaquinho reage a cada obstáculo é um dos sentimentos mais gostosos que eu já tive num vídeo-game.

Isso porque o design de fases de Super Monkey Ball Banana Rumble é simplesmente fantástico! Com os últimos títulos da série, como Banana Blitz e Step & Roll, fica óbvio que os desenvolvedores estavam meio tímidos com o level design por conta das físicas modificadas e controles de movimento, mas Banana Rumble é totalmente controlado por meio do analógico, então eles finalmente puderam ir com tudo para esse jogo, e eu diria que essa é a melhor seleção de fases que a franquia já teve em toda a sua história!

Cada pequeno obstáculo parece ter sido meticulosamente posicionado pensando nos speedrunners e em dar liberdade para o jogador pensar e criar os seus próprios corta caminhos, indo além dos que o desenvolvedores haviam planejado, e essa é a alma e espírito que estava faltando nos últimos jogos da série mas que é presente a todo momento aqui.

Se você achar que é possível pular metade da fase só por se jogar para o lado no começo dela, TENTE! Não tenha medo de errar e experimentar, Super Monkey Ball não tem sistema de vidas e é, em sua essência, um jogo de arcade baseado em tentativa e erro onde você não é tão punido assim por suas falhas.

Jogar o game do modo “normal” e passando por todo o level design também é possível e bem satisfatório – e eu mesmo fiz isso em algumas fases que estava tendo muita dificuldade -, mas a parte divertida mesmo é procurar e idealizar esses corta caminhos, pois ver eles funcionando é de uma satisfação sem igual.

Claro, além de ser divertido, existe um bom incentivo para terminar as fases de maneira rápida com a nova mecânica de missões: no fim de cada um dos níveis, você ganhará um bônus de dinheiro caso conclua uma das três missões que eles apresentam: uma envolve pegar uma banana dourada escondida pelo nível, outra envolve pegar um número específico de bananas antes de terminar a fase, e o último é um desafio de speedrun, onde o jogo te incentiva a concluir os níveis o mais rápido possível.

O dinheiro que você recebe pode ser usado para comprar alguns cosméticos para personalizar seus personagens, e a variedade desses itens é muito boa: desde roupinhas, até bolinhas personalizadas, efeitos especiais, poses para o modo foto, e alguns personagens novos também!

Ah é, falando dos personagens, tem uma variedade boa deles aqui. O número total facilmente ultrapassa a marca dos 15 e é o maior elenco de toda a série, cada um com seus próprios status e variando em peso, velocidade, freio, etc. O jogo recomenda que você vá mudando de macaco conforme vai avançando, mas terminar a campanha principal utilizando só o seu favorito é possível. E vocês podem apostar que eu usei o Sonic – que não é um macaco, acreditem se quiser – por quase metade da campanha.

A DLC “SEGA Pass” vai adicionar 6 personagens jogáveis vindo de outras franquias da empresa, sendo eles Sonic, Tails, Knuckles, Amy, Axel (de Crazy Taxi) e Beat (de Jet Set Radio), uma adição bem divertida mas que por ser conteúdo adicional, não impacta tanto assim no produto final. Também teremos algumas roupinhas para os macacos já presentes, inspiradas em séries como NiGHTS, Yakuza, Virtua Fighter, etc. É uma grande comemoração de várias das IPs icônicas da SEGA!

Também é legal mencionar que a campanha inteira pode ser jogada em multiplayer cooperativo de até quatro pessoas, seja localmente ou online. Sim, é uma bagunça completa, mas é aquele tipo de bagunça BEM divertida de se ter com a família ou amigos.

É importante mencionar que os divertidos minigames que a série costumava ter até o Banana Mania foram removidos em prol de um novo “Modo Batalha”, que honestamente não me agradou muito. A variedade de campos que o modo tem é bem pequena e o modo em si não é muito divertido. Acredito que para o próximo jogo, trazer de volta os minigames seria uma boa ideia.

O time de som da SEGA nunca falha

Passando para a apresentação, eu gostaria de dar um destaque especial para a trilha sonora que é, mais uma vez, impecável. O time de som da SEGA mais uma vez cozinhou um álbum dos bons, do jeitinho que só eles conseguem fazer!

Durante o jogo você vai escutar música eletrônica, jazz, e até algumas faixas mais ambientais pra um dos últimos mundos do jogo. A variedade de gêneros e instrumentos utilizados é de se admirar, e considerando que você vai ouvir bastante essas músicas, é bem importante que elas sejam boas e não se tornem repetitivas tão rápido, algo que eles conseguiram executar com perfeição.

Outro aspecto a se elogiar são os visuais: tudo bem colorido e cheio de vida, com os planos de fundo bem “brisado” e detalhados que Super Monkey Ball era famoso por ter em seus dois primeiros jogos. As fases em si não passam de plataformas flutuantes no meio de um cenário, mas de alguma forma isso parece bem natural. Sim, é bem “vídeo-game”, mas eu acabei nem notando muito enquanto jogava.

Mas e a lore?

É, Super Monkey Ball Banana Rumble tem um modo história… de fato, a série sempre teve, com a exceção de alguns títulos bem específicos. Sempre era algo bem bobinho e nem um pouco complexo, e Banana Rumble acaba mantendo esse aspecto.

A história aqui é que existem 10 artefatos místicos espalhados pelo mundo que levam até a “Banana Lendária”. Dizem que quem encontrá-la terá direito a tantas bananas que nem conseguirá comer todas… e Palette, a aventureira novata do grupo, está atrás desses artefatos numa esperança de encontrar o seu pai perdido. Claro, eu não preciso nem dizer que o grupo principal aceitou ajudá-la com a intenção de conseguir a Banana Lendária, mas ao passar do jogo eles acabam desenvolvendo uma amizade bem bonitinha de se ver.

Acontecem algumas reviravoltas e revelações no meio da trama, mas nada que seja muito chocante. Afinal de contas, é uma história besta e honestamente bem infantil, claramente voltada para crianças. Mas não é como se eu estivesse esperando algo diferente ou super complexo, considerando o histórico da série, então considerar isso um ponto negativo seria tolice da minha parte.

Eu vou, entretanto, dar pontos extras pelo jogo estar totalmente localizado para português brasileiro, algo inédito para a série! E a equipe de localização não deixou a desejar também, foi um trabalho muito sincero e bem feito que merece ser mencionado. É bom ver cada vez mais jogos de empresas como SEGA e Nintendo vindo no nosso idioma.

Super Monkey Ball está de volta!

Super Monkey Ball: Banana Rumble marca finalmente o retorno que Super Monkey Ball tanto precisava! Uma evolução natural do que Super Monkey Ball 1, 2 e Deluxe apresentaram à quase 20 anos atrás, que renova a série com alguns redesigns e adiciona mecânicas novas que vão fazer voltar para os jogos antigos uma experiência bem estranha.

Com um total de 200 níveis, Super Monkey Ball: Banana Rumble oferece não só um qualidade impecável em tudo que tenta fazer, mas também uma quantidade de conteúdo muito satisfatória que deve saciar a vontade dos fãs de um bom jogo novo da série, além de apresentar um novo público muito necessário para a franquia.

Prós:

  • Ótimos controles;
  • Design de fases impecáveis;
  • Visuais divertidos, além de uma boa trilha sonora;
  • A história é boba, porém divertida;
  • Localização em PT-BR.

Contras:

  • Modo Batalha não é muito bom;
  • Os minigames não retornaram.

Nota:

9

O post Review | Super Monkey Ball Banana Rumble apareceu primeiro em NintendoBoy.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *