Review | Rocket Knight Adventures: Re-sparked!

Desenvolvedora: Konami, Limited Run Games
Publicadora: Konami
Gênero: Arcade, Plataforma
Data de lançamento: 11 de junho, 2024
Preço: R$ 149,50
Formato: Digital, Físico

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Konami.

Revisão: Marcos Vinícius

A Konami retorna ao Nintendo Switch com mais uma coletânea de seus jogos clássicos com Rocket Knight Adventures: Re-sparked!, um revival feito na Carbon Engine da Limited Run Games. O pacote reúne as três aventuras clássicas de Sparkster, o Gambá cavaleiro que possui um foguete nas costas e defende o reino de Zephyrus de diversas ameaças diferentes.

As estranhas aventuras do cavaleiro foguete

Jogos de plataforma 2D sempre foram um grande sucesso nos consoles desde que o primeiro Super Mario Bros. foi lançado no Nintendinho. Apesar de no final dos anos 80, alguns grandes clássicos já estivessem criando seu nome e público, o gênero teve um boom no início dos anos 90s, onde vimos a criação de novos heróis para o gênero.

O sucesso de Sonic The Hedgehog, lançado no início da década pela SEGA, deu espaço para que novos heróis baseados em animais não muito populares pudessem ser criados. A Konami, que já possuía experiência com jogos 2D de plataforma, com séries como Castlevania, decidiu apostar na popularidade de mascotes animais e lançou em 1993, Rocket Knight Adventures, para o Mega Drive.

Estrelando Sparkster, Rocket Knight Adventures era um jogo de plataforma 2D com uma premissa um pouco diferente do esperado. Armado com uma espada e um foguete, o jogo misturava a ação e dificuldade encontrada em outros jogos da Konami, como Contra e Castlevania, com desafios de plataformas que requeriam que o jogador utiliza-se a velocidade de seu foguete para superar obstáculos.

Um ano depois, a série teve uma sequência, Sparkster: Rocket Knight Adventures 2, para o Mega Drive, e um spin-off, Sparkster, para o Super Nintendo. É aqui que as coisas ficam um pouco esquisitas. Apesar dos três jogos da série compartilharem as mesmas mecânicas e estilo de jogabilidade, a sequência acabou realizando algumas mudanças na base apresentada no jogo anterior, enquanto o spin-off buscou apenas melhorar o que o primeiro título trazia. Além disso, o nome compartilhado entre ambos os títulos pode acabar pegando alguns desprevenidos, que podem pensar se tratar do mesmo jogo em plataformas diferentes.

O fato é que, Rocket Knight Adventures é uma trilogia única até mesmo entre os jogos de plataformas de sua época. Isso porque estes jogos oferecem uma combinação única de visuais e animações até um pouco superior a rivais, além de uma gameplay que pode surpreender os jogadores que esperam uma aventura tradicional.

Avante cavaleiro

Em termos de jogabilidade de plataforma 2D, Rocket Knight Adventures e seus segmentos, oferecem aos jogadores o que é esperado do gênero. Sparkster, o Gambá cavaleiro herói das aventuras, pode atacar inimigos à distância com sua espada, que dispara ataques boomerang igual ao Link de The Legend of Zelda, além de pular, se agarrar a certos locais do cenário com sua cauda e usar seu foguete para sair em disparada por alguns segundos.

Um toque no botão de ataque faz com que Sparkster utilize sua espada; segurar o botão faz com que o herói carregue seu foguete e soltá-lo com uma direção apertada faz com que ele voe naquela direção. Além de superar certos obstáculos, o foguete pode ser utilizado como um ataque, além de ajudar a alcançar certos lugares.

O primeiro jogo e o spin-off, Sparkster, seguem essa jogabilidade, com apenas pequenas adições no segundo graças aos botões adicionais do SNES. O segundo jogo da série, contudo, faz grandes mudanças na base da jogabilidade. A espada de Sparkster perde sua habilidade de ataque a longa distância e o foguete carrega sozinho, com um botão dedicado à sua utilização. Além disso, existem power ups que podem ajudar o personagem durante a aventura, como uma espada de fogo que causa dano adicional aos inimigos.

Os três jogos também surpreendem os jogadores com momentos inesperados onde a jogabilidade muda completamente. Com longos estágios cheios de desafios, alguns momentos transformam a aventura em um SHMUP, ou colocam Sparkster para controlar um robô gigante que corre por cenários ou apenas lute como uma luta de boxes. Tudo é claro, transcorre rapidamente com o jogador precisando aprender em poucos segundos como controlar e se adaptar à nova jogabilidade, uma vez que não há tutoriais nos jogos.

Como um bom jogo de sua época, a trilogia traz um certo desafio que se é esperado de algo desenvolvido pela Konami dos anos 90. Longos estágios cheios de inimigos e perigos que vão ameaçar a vida de Sparkster, escassez de itens de recuperação de vida pelos cenários e duelos contra chefes que requerem, em alguns momentos, estratégias que pense fora da caixa para derrotar. Além é claro, vidas e continues limitados. É possível escolher a dificuldade de cada aventura, mas aqueles que jogarem no mais fácil vão apenas aproveitar uma pequena parte de cada jornada de Sparkster.

O charme esquecido da Konami

Como mencionado anteriormente, não é apenas a jogabilidade que chama a atenção na trilogia Rocket Knight Adventures. Os três jogos estrelados por Sparkster são bem animados reminiscentes de um desenho infantil e levam ambos o Mega Drive e Super Nintendo ao máximo em sua capacidade visual.

Sparkster é bem expressivo, com o personagem fazendo caras e bocas ao longo das aventuras. Como um personagem de um desenho, o gambá reage quando cai de uma longa altura e leva susto quando vê os chefões aparecendo inesperadamente. Os inimigos também não ficam para trás. No primeiro jogo, os soldados comuns perdem suas armaduras ao levar um golpe do herói e correm em sua roupa de baixo para escapar, enquanto nos outros dois títulos, eles reagem de diversas formas diferentes ao serem derrotados.

Os cenários também são um charme a parte, com muitos detalhes estando presente, com alguns deles servindo até como um alerta para o jogador sobre o que está a caminho. Complementando esta uma boa trilha sonora com músicas que ajudam a dar aquele clima de uma aventura heróica.

A coletânea em si

Como já é o caso com outras coletâneas passadas da Konami, Rocket Knight Adventures: Re-Sparked nada mais é do que os jogos originais rodando em um emulador. Temos um menu inicial onde podemos selecionar qual título vamos jogar, com opção para alternar entre versões americanas e japonesas, além de alguns extras como galeria.

Dentro de cada jogo, é possível abrir um menu e configurar algumas opções como filtros de imagens, tamanho da tela, que varia entre cada título e até mesmo salvar a partida. São funções básicas e esperadas de tal coletânea. Minha reclamação neste ponto se dá às cores que a Konami resolveu utilizar nos menus. A empresa decidiu utilizar um dourado com marrom que fica muito ruim, tive problemas para identificar quando eu estava selecionando sim ou não no menu quando eu queria salvar.

Rodar os jogos através de um emulador significa que não há melhorias sobre os mesmos. Temos um pequeno rewind, que pode ser ativado com um botão, mas esta é a única mudança em relação às suas versões originais. Tudo que existia no lançamento original foi mantido aqui, isso inclui sprite flickering, quando as sprites dos personagens ficam piscando quando muitos efeitos ocorrem ao mesmo tempo, lag – que acontece até demais – e, talvez o mais sério de todos, a tela piscando durante alguns duelos de chefes. É uma pena, pois esses problemas, originários das limitações dos consoles 16-bits, poderiam ter sido removidos facilmente se a Konami tivesse decidido portar os games ao invés de colocá-los em um emulador.

Relembrando um herói esquecido

Rocket Knight Adventures: Re-sparked! é um lembrete de uma época diferente da Konami. Três curtas aventuras desafiadoras, com um protagonista bem diferente do esperado e com uma jogabilidade que não tem medo de mudar e desafiar os jogadores de novas maneiras. Para quem jogou esses títulos em suas plataformas originais ou gosta de jogos antigos, as aventuras de Sparkster é uma boa aquisição para se divertir durante um final de semana.

Prós:

  • Jogabilidade que utiliza sua mecânica única de forma criativa;
  • Três jogos muito bem animados;
  • Extras legais para quem quiser conhecer um pouco mais de Sparkster.

Contras:

  • Mudanças repentinas de jogabilidade pode pegar jogadores desprevenidos;
  • UI do emulador poderia ser desenhada melhor;
  • Problemas na emulação.

Nota:

7

O post Review | Rocket Knight Adventures: Re-sparked! apareceu primeiro em NintendoBoy.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *