Review | Bread & Fred

Desenvolvedora: SandCastles Studio
Publicadora: Apogee Entertainment
Gênero: Plataforma 2D, Multiplayer
Data de lançamento: 23 de maio, 2024
Preço: R$ 46,99
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Apogee Entertaiment.

Revisão: Marcos Vinícius

Um jogo muito bonitinho e simpático, para você jogar com seu Player 2, pinguinzinhos fofos que fazem quack quack, contando piadas e tudo muito bem humorado. Ah, ainda é possível jogar online!

Em Bread & Fred, pinguins são exímios escaladores, e essa comunidade é fascinada pela ideia de escalar a montanha — mas sem usar equipamentos, apenas acompanhado do seu parceiro, amarrado um ao outro por uma corda.

Dupla Dinâmica

Em Bred & Fred não temos enrolação, o jogo já começa in-game mesmo, sem cutscene nem nada do tipo. A aventura começa quando clicamos no play, ou melhor, “Começar”, pois tudo está em português do Brasil!

Os personagens são bem-humorados, todos os NPCs são muito divertidos, e alguns deles são memes, mas quase todos contam piadas ou fazem algum trocadilho. Por isso, é bem legal você até se desviar um pouco do seu caminho para conversar com alguém.

Todo o jogo é pensado para ser jogado em dupla, mas ele têm um modo single-player também, que falarei mais a frente. Você e sua dupla encarnam Bread e Fred, mas não há diferença entre eles, além de pequenos detalhes estéticos.

Os dois podem (e precisam) se revezar nas atividades para conseguir chegar ao topo da montanha, passando por alguns cenários, como a base da montanha, saindo do vilarejo, passando por uma mina, e outras áreas que variam em cores e texturas, com plataformas novas, mas que funcionam basicamente da mesma forma.

Aparentemente, escalar, nesse universo, é algo muito comum para pinguins, então ninguém estranha muito, e mais do que isso, ainda te dão dicas pelo caminho. Tanto que um dos idosos da vila te pede para recolher fotos espalhadas pelo caminho, que contam uma história, e o fazem lembrar de uma época boa!

Não têm muito mais do que isso sobre o mundo de Bread & Fred para contar, até porque o grande foco aqui é mesmo o gameplay mesmo, portanto, vamos lá então falar mais sobre ele.

Física boa até demais

Bread & Fred é essencialmente um jogo de plataforma 2D, mas aqui todas as mecânicas de deslocamento são um tanto mais restritas, e ao mesmo tempo te fornecem formas alternativas de locomoção. Não espere algo como Dandara, que também tem uma forma única de se mover, aqui a coisa é bem diferente mesmo.

O que acontece quando você está amarrado por uma corda a algo e tenta pular? É puxado para baixo quando a corda estica, certo? Mas se esse algo for outro pinguim, e pular junto de você? O pulo é completo, e os dois conseguem progredir.

Mas quando o pulo é muito distante, as coisas começam a se complicar… E foi aí que o jogo me perdeu. Infelizmente essa mecânica é a alma do jogo, sendo o segundo “obstáculo” que aparece. Depois que você pega o jeito, até que fica mais ou menos okay de fazer, mas ainda assim é meio chato, e bastante frustrante.

Estou falando da mecânica de se balançar para criar impulso, para que o outro pinguim aproveite o movimento e consigam pular uma distância bem grande. Funciona assim:
O primeiro pinguim senta e se torna um ponto fixo; o outro, vai para fora da plataforma, e começa a se balançar, usando a corda como eixo. No momento certo, o primeiro deve liberar a fixação no timing exato para seguir o movimento do outro, dar um pulinho na direção correta, e ir em frente.

Naturalmente, tudo deve ser coordenado, e é complicado acertar o timing de duas pessoas (quando você conta 3-2-1, você pula no 1, ou espera o “já” depois?). Podemos contar com um botão de contador para nos ajudar a sincronizar, mas ele serve mais para pulos do que para o balançar.

Agora, acertar esse timing é MUITO difícil. Realmente bem difícil, a ponto de ser frustrante, pois você vai fazer 15 vezes e errar, sem entender o que diabos está errado, em qual ponto exato que você deve soltar, etc e tal. Daí vocês caem da plataforma, e se não tiverem ativado a opção de assistência de checkpoint… boa sorte para subir dezenas de metros de novo.

Então, pra mim foi uma experiência mais frustrante do que recompensadora. Não te dá aquela sensação de “putz foi quase, acho que já sei como fazer.”

Opções de assistência

Como mencionei acima, opções de assistência existem aqui e são parte importante do jogo. Eu diria essencial, na verdade. Elas são na prática “power-ups” ou um “modo Easy”, veja como preferir. Pra mim foram opções e ferramentas mesmo. Não são muitas, e uma delas vem pré-habilitada:

  • Puxar a corda;
  • bandeira (check point);
  • pulos infinitos;
  • Agarrão mais forte.

Cada uma delas é bem o que parece mesmo, sendo apenas o pulo infinito uma maneira de pular os desafios mesmo. O Agarrão é só uma facilidade para quem têm já um pouco mais de dificuldade no timing, tipo eu.

O mais importante aqui é a bandeirinha. Ela cria um checkpoint ao fincar uma bandeira no chão, e podemos chamar o colega AVIADOR para nos levar de qualquer ponto até a bandeira. Isso salva a vida quando caímos de alguma plataforma mais alta, perdendo dezenas de metros de uma vez depois de errar aquele mesmo pulo, de novo. Imagina ter que refazer os desafios todos mais uma vez?

Jogando no modo solo, alguns desses poderes acabam conflitando com o cenário e com o carregável, mas é bem fácil ativar ou desativar essas funções, então não é exatamente um problema. Para casos de desistência, usei sim o pulo infinito. Eu só não consegui mesmo, nem acertar o pulo nem entender o que era para ser feito exatamente.

Jogando com a pedra

Uma adição que achei muito legal, no entanto, foi o modo Solo. Jogar sozinho um jogo pensado inteiramente no cooperativo soa estranho, e geralmente se traduz em um jogador revezando entre dois personagens. E, Bread & Fred utilizam uma pedra com um rosto como seu parceiro, na ausência do outro, o que pode parecer a pior ideia do mundo, mas por incrível que pareça, fica mais fácil.

Veja bem, a pedra consegue fazer o papel do outro jogador, pois ela fica presa nas paredes, como se estivesse agarrada, e pode ser balançada enquanto presa na corda para fazer a função do pêndulo, e lançar o outro adiante. E para pular, nossa ave pode carregar a pedra, e arremessá-la, todo o controle está na sua mão, então você consegue controlar a direção desse impulso.

Foi uma excelente ideia de conversão de multi para single-player, e coordenar o seu pensamento com você mesmo é (geralmente) mais fácil do que coordenar com o de outra pessoa, embora não resolva minha dificuldade no timing desse jogo.

Conclusão

Bread & Fred é definitivamente muito bem humorado, e te faz até da uma risadinha, ou só aquela soltada de ar pelo nariz. Foi legal ver o Patricio e sua mãe replicando o meme, e as fotos são muito bacaninhas, mas eu não consegui me dar bem com o gameplay, saindo sempre com a sensação de frustração e cansaço.

Eu entendo a ideia, e o jogo faz o que deveria fazer, cumprindo seu papel, mas infelizmente não senti nenhum prazer ou realização jogando, nem sozinho, nem em dupla. Muito pelo contrário, em dupla vocês perdem a paciência um com outro e acaba ficando aquele climão, mesmo sem ser culpa de ninguém.

Talvez o jogo só não tenha clicado comigo… Mas de toda forma, se o seu tipo de coop seja mais cooperativo mesmo, procure algo mais no estilo de Trine mesmo, menos travado e com um trabalho de equipe de mérito, não de timing.

Forte abraço e até mais!

Prós:

  • Design e artes bonitinhos;
  • Piadas e diálogos divertidos;
  • Pinguim fazendo “Quack”;
  • Co-op ou single-player;
  • Tudo em português.

Contras:

  • Muito frustrante;
  • Cuidado! Não joguei isso no Dia dos Namorados pois pode causar brigas no casal;
  • Timing muito difícil;
  • Fácil de desistir.

Nota:

6

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