Desenvolvedora: Ysbryd Games
Publicadora: Ysbryd Games
Data de lançamento: 26 de Outubro, 2023
Preço: R$ 59,99
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Ysbryd Games.
Revisão: Davi Dumont Farace
Todo mundo possui algum medo ou fobia, é impossível não ter um. Eu, por exemplo, tenho dois medos: Nictofobia (medo irracional do escuro e escuridão) e medo da sociedade, porque esse mundo não perdoa ninguém! E por falar no “mundo”, essa é uma review do jogo WORLD OF HORROR que saiu recentemente para o Nintendo Switch.
Culturalmente falando, o Japão sempre teve lendas urbanas e histórias sobre espíritos em suas mitologias, mas acho que nenhum autor conseguiu fazê-las estourarem para fora da bolha japonesa que nem o Junji Ito. Ito é dito como um dos maiores mangakas quando o assunto é terror, geralmente usando suas ilustrações para representar formas mais fora da concepção do normal, e até colocando um fator de choque para alguns medos específicos, como tripofobia e outros.
WORLD OF HORROR é dito como um “RPG clássico que se inspira nas obras de Junji Ito”, e como tal, ele cumpre isso com maestria; embora eu não ache o jogo particularmente assustador, o mesmo foi capaz de entregar uma sensação de desconforto que durou nas poucas horas que aproveitei de jogatina, é um jogo bem curto, mas isso não significa que ele seja ruim por isso, vou explicar o porquê disso mais tarde!

Gameplay
Como dito anteriormente, WORLD OF HORROR é descrito como um “RPG clássico”, e quando digo clássico, eu me refiro a jogos como os de aventuras por texto. Mas, assim como a maior parte dos jogos indie lançados nos últimos anos, WORLD OF HORROR dá seu próprio twist no conceito, com as opções de escolha do jogador sendo limitadas pelo próprio jogo, e o combate em si ser uma coisa que os usuários vão tentar evitar, considerando que a barra de saúde aqui é de extrema importância.
Ele possui uma estrutura rogue-like no sentido de cada gameplay vai ser diferente da última, e quando você morre, você começa do zero… Cada mistério do jogo, o equivalente à um “capítulo” do mesmo, tem em torno de 15 a 30 minutos de duração, então você dificilmente vai bater a cabeça por muito tempo.

O combate funciona como um RPG de turno normal, com você escolhendo seu equipamento em um menu próprio e equipando itens antes de um combate; o momento mais interessante, porque você precisa saber qual ação tomar perto de cada inimigo. Você tem um número determinado de ações que pode tomar em um turno, e cada ação leva uma certa quantidade de tempo, então você precisa tomar cuidado em certas coisas como quando pedir para seu personagem se esquivar/bloquear, e ao pedir para ele atacar.
Saindo do combate, o jogo não possui em si uma exploração, mas essa limitação dele ajuda com a sua atmosfera de terror, desde fraquezas de inimigos à eventos aleatórios que acontecem fora do combate. O jogo faz muitas coisas de uma forma aleatória, dependendo de um dado que o mesmo gira dentro de si. As vezes ajudar a nova professora de biologia vai dar uma recompensa ao jogador, mas as vezes ela é uma impostora, e vai te fazer ficar com algum status negativo… Nesse sentido, você vai depender muito da sorte.

Um jogo de terror, mas sem sustos
Pela sua jogabilidade mais “parada”, WORLD OF HORROR dificilmente vai assustar um jogador, afinal, não tem como ter um Jumpscare em um RPG de turno, não é mesmo? Mas seu maior forte está em sua arte e características: cada mistério do jogo, por mais curto que seja, traz aquela sensação de “lenda urbana” onde espíritos desconhecidos aparecem no nosso mundo para causar discórdia ou algo parecido.
As imagens usadas no jogo também são de arrepiar. Dependendo do dano que seu personagem toma, por exemplo, será mostrado no retrato usado para representá-lo cada vez mais cortes e machucados. Um ponto que gostaria de levantar é que o sistema de HP não é o comum visto na maioria dos RPGs. Aqui você tem os pontos de “Stamina” e “Reason” (no caso, a sanidade mental do personagem), caso você chegue a zerar algum dos dois, é Game Over imediato… É até interessante de se pensar em um personagem simplesmente quebrado com a loucura acontecendo ao redor dele, dá um ar à mais nesse terror psicológico.

Complementando tudo, o jogo possui um esquema monocromático durante toda a sua gameplay, porém o jogador pode ajustar o esquema de cores caso queira! Eu joguei em preto e branco a maior parte do tempo, para parecer um mangá de fato, mas depois troquei para vermelho e preto, pois a estética parecia mais assustadora.
— E também porque eu queria um esquema de cores igual a de um Virtual Boy.

Concluindo

WORLD OF HORROR é um jogo curto, mas com um incrível fator replay por ser um rogue-like. O jogo faz jus para com suas inspirações, e a estética do mesmo não é visualmente linda, mas você percebe como é bem-feita justamente por isso.
Minha única, e infelizmente a maior, reclamação que poderia dar ao jogo é que ele não foi feito para ser jogado com um controle. A gameplay coloca um sistema que depende de mouse nas sessões de exploração, o que não seria um problema no Switch se o mesmo desse suporte a Touchscreen, o que infelizmente não é o caso. Seu controle através do analógico é muito lento, e acredito que arrastou minha gameplay mais do que o necessário em alguns casos.
Prós:
- Uma verdadeira história de terror, digna do Junji Ito;
- Arte incrivelmente bem-feita;
- Gameplay loop funcional, com sistema rogue-like divertido;
- Customização de cores para aqueles que não gostam do esquema preto e branco.
Contras:
- Falta de suporte ao touchscreen para substituir o mouse;
Nota final:
9
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