Desenvolvedora: Asymmetric
Publicadora: Asymmetric
Data de lançamento: 19 de abril, 2023
Preço: R$ 60,00
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com chave fornecida gentilmente pela Asymmetric.
Revisão: Paulo Cézar
Shadows Over Loathing é um RPG de aventura e comédia de bonecos de palito, repleto de mafiosos, monstros e mistérios.
Sendo uma continuação do premiado indie West of Loathing, lançado em 2017 (que eu infelizmente não joguei), Shadows Over Loathing se apresentou como algo completamente fora da caixa, que começa como slice of life, passa por um período de “Scooby-Doo” e evolui de forma completamente caótica de ficção científica, mistério e quase qualquer coisa que você quiser pensar, sem nunca perder o foco na comédia.
Me diverti muito jogando Shadows Over Loathing, e são muitas e muitas horas de diversão garantidas nesse RPG de turno; que pode ser só um RPG de papinho também, depende de vocês!
Resumo da ópera
Para resumir o roteiro da aventura, segue o texto da página do jogo, que faz muito bem esse trabalho, e você já nota qual o tom que os autores querem dar a toda gameplay!
Seu tio Murray solicitou sua ajuda em sua loja de antiguidades em Ocean City, mas quando você chega, o velho não está em lugar nenhum. Sua investigação sobre o desaparecimento dele e os artefatos que ele está coletando muda quando você se depara com algumas tramas sombrias (e um monte de tentáculos místicos se contorcendo) que ameaçam trazer o fim do mundo.
Explore um vasto mundo aberto repleto de perigos, missões, quebra-cabeças e bonequinhos nesta comédia de aventura/RPG para um jogador ambientada na era da proibição do universo Loathing. Veja quantos inimigos você pode colocar em uma cabine telefônica como o atlético Pig Skinner, controle a coalhada e o soro do cosmos como o astuto Cheese Wizard ou marche ao ritmo de seus próprios propósitos inescrutáveis como o moderno Agente do Jazz.

Ou seja, tudo é uma grande piada aqui, todas as suas missões vão ser meio sem pé nem cabeça, com soluções inusitadas e improváveis, mas que sempre arrancam um sorrisinho. Por exemplo, a cidade decidiu terceirizar todas as atividades e funções de funcionários da cidade, deixando aos moradores a solicitação e oneração do serviço. O que quer dizer que quem paga é quem usar. Mas quem quer pagar sozinho pra tirar o lixo da rua? Isso gera uma série de brechas na história para resolver problemas tais como entrar em algum lugar que você supostamente não devia.
Não sei vocês, mas isso soa muito como plot de comédias bobas dos anos 70-80 que ninguém percebe nada quando o vilão coloca um bigode se se oferece para ser babá do seu bebê, logo você, um milionário com uma fortuna em jóias guardadas num cofre atrás do quadro e a senha escrita em algum item do neném. Isso aliado a toda a estética do game traz uma dimensão muito maravilhosa.
Falando na estética
Gráficos super realistas, em full HD, com texturas super detalhadas você não verá por aqui! Realmente tudo é desenhado em uma folha de papel, os personagens todos são rabiscos e rascunhos, principalmente bonecos de palito. E isso não é ruim não, dá uma pegada um pouco de rpg de mesa quando vocês estariam jogando com amigos, todo mundo inventando a história na hora, sem um manual específico.
Os itens todos têm sprites próprios e exclusivos, e o menu se parece muito sim com uma folha de rpg de liro, têm até uma tabela de habilidades adquiridas e coisa e tal.
— Ah, até no menu têm piadas tá, explorem, cliquem nas coisas.

RPG estilo clássico baseado em turnos
Como todo bom RPG de turno, temos aqui as batalhas, onde você têm sua mana, seu poder de ataque, itens equipados e sideckics, rodando cada um de uma vez contra uma trupe de inimigos, usando tais ferramentas para combate até a “morte”. Bem padrão e funcional, nada a mais para declarar.
A exploração do mundo é muito divertida e igualmente simples. Passear por aí e clicar nas coisas como armários, gavetas etc. Mas, eventualmente um armário está emperrado, então você precisa de certo valor de força para quebrar a porta. Ou então algo que está no lixão, você precisa de uma armadura de fedor (sim, é sério).
Seus status, além dos equipamentos, são alterados por poções e comidas. Então as vezes você precisa de 5 de “Misticalidade” para executar uma ação, mas só têm 2 pontos dados pelos itens, toma uma poção, faça sua quest e siga em frente.

Temos quests e side quests, muitas vezes elas se conversam, mas nunca se impedem. Pegar um item aqui ou ali, explorar uma vila e viajar no tempo são coisas tão comuns como aranhas Lovercraftianas, uma casa de tentáculos, ou mesmo o fato de que o Norte magnético da terra foi mudado.
Agora, é forte no inglês. Não é o jogo mais fácil de jogar por aqui não, pois mesmo para quem tem certo domínio do idioma vai sentir uma certa dificuldade, com termos específicos, contextos fora do padrão e até dialetos mais antigos, visto que a viagem do tempo é real, e o inglês de 1600 é completamente diferente. Vá com calma, mas também não acho justo colocar “não têm tradução para PT-BR” como ponto negativo para esse jogo.
Conclusão

Gostei realmente muito de Shadows Over Loathing. Tudo é muito divertido, muito engraçado e criativo. Ser um RPG tão simples mas tão cativante me conquistou muito mais do que eu esperava. O visual bobo e as piadas de tiozão com a fácil adaptação do jogador, menus fáceis de entender, e build muito fácil de editar (afinal, são meia dúzia de variáveis) tornam o jogo bem carismático e confortável. Para quem é zen, têm o modo pacifista também, que não muda a história, mas alguns diálogos podem variar.
Prós:
- Milhares e milhares de piadas;
- Line art de qualidade;
- Combate estratégico baseado em turnos (mas apenas se você quiser);
- Fácil de entender;
- Criativo.
Contras:
- Ajustar o brilho as vezes pode ser necessário, pois é muito branco na tela, parece uma lanterna.
Nota final
9
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